quinta-feira, 13 de setembro de 2012

WEI

Se você chegou até aqui de alguma maneira, leia até o final. Vai valer a pena huahuaua


Bom, o WEI (Week-end d'integration) é uma viagem que a gente faz pra algum lugar da França, e marca a passagem de 0A pra 1A. Mas não é somente isso.
Desde que a gente chegou aqui na França a gente tá discutindo sobre ir ou não nessa baga ae. São 85 euros por 2 dias de viagem. E pelo que falaram era meio pesado e tal, tipo com franceses pelados, bebados e afins.
Chegamos aqui e todo mundo comprou o pacote pra ir la. Apesar de tudo, a gente tinha que ir. Acho que é coisa de momento, só tem uma chance de ir na vida, e tem que ser nessa pegada.
Com isso, os veteranos brasileiros começaram a falar pra gente como que tinha sido no ano passado. Coisas do tipo uma arena de tourada, com um touro de verdade, franceses (sim, estudantes) malucos dentro, e claro, sem um toureiro. Resultado: braço quebrado e afins. Sem contar na bagunça que é o ônibus e tal. O Ranyer falou que ano passado ele pagou e desistiu na última hora, antes de entrar no ônibus huauhauha

Bom, deu pra ver que a nossa espectativa tava lá embaixo né?!

O negócio é o seguinte. Os franceses doidos começam a bater na sua porta por volta das 8 horas da noite. É nessa hora que eles começam a beber, fazer a maluquices, dae ninguém dorme até sair o ônibus. O horário marcado do encontro era 5 horas, pra sair tipo umas 7... O Ranyer deu a dica e falou pra gente fingir que não tava no quarto, dormir bem, pra poder aguentar as coisas depois. Dito e feito. Fomos, eu, Luis e Guegs, jantar no Carrefour. Descobrimos um restaurante, o Flunch. Tipo, você escolhe um menu com carne, e pode pegar à vontade no buffet. Nesse dia a gente não foi comer no andar, pra dar esse migué ae. Cheguei no meu quarto, arrumei minhas coisas e fiquei bem quietinho aqui, tentando dormir. Mais ou menos de hora em hora vinha um idiota bater aqui no quarto, mas nem respondi. Com isso acabaram desistindo de mim. Não consegui dormir direito, e não tinha internet no quarto, ou seja, fiquei fazendo nada. Dormi mais ou menos umas 3 horas, quando o Luis veio bater na minha porta, umas 4 horas da madruga.
Depois disso, a gente foi pro Foyer (lugar onde tem o RU e as associações), pra encontrar o povo. Chegando lá já tava todo mundo bebendo. Pegamos nossa camiseta verde. Nesse ano os brasileiros agitaram um ônibus do Brasil, o CARnaval. Todos os brasileiros tavam nesse ae. Infelizmente a camiseta era verde. E esperamos até umas 7 horas, quando saiu o nosso ônibus, em direção à não sei onde.
O ônibus foi animal. Galera toda animada, música brasileira lá, eu e o Zé cantando as músicas do Timão, o Zé traduzindo pro francês uhauhahuauh, escrevendo na cara e camisa dos outros. Tinha também uns franceses lá. Sem perceber, chegamos umas 11 horas no camping.
Isso mesmo, fomos para um camping. Agora, quando eu te falo que era um camping, o que você pensa?? Tipo um gramadão com um monte de barraca já lá, dormir no chão, no saco de dormir? Ou então um banheiro comunitário pra um milhão de pessoas usarem? Nada disso. Era tipo milhares de casinhas, tipo chalés, com 2 quartos (um com uma cama de casal e outra com 2 de solteiro), cozinha com fogão, geladeira, micro-ondas... uma salinha, varanda, banheiro com chuveiro... Animal o lugar. Pra quem já foi num inter sabe quais são as condições em que as pessoas ficam durante o feriado. Eu sinceramente tava esperando algo assim. Mas não. Pra cada 4 pessoas tinha 1 desses. Ficou eu, o Luis, o Guegs e o Etienne (francês muito gente boa que fala muito bem o português). Comemos o lanchinho que deram pra gente quando chegamos (baguete, patê, água, waffle, bolacha e maça em pote), e fomos tirar um cochilo.
Sala do chalé do WEI
Mais ou menos às 13 horas a gente foi até a piscina. Quando eu falo piscina, o que você pensa?? huauahua A gente também pensou que seria apenas um buraco em formato de paralelepipedo preenchido com água. E isso com um milhão de franceses universitários dentro. Mas não. Na verdade era um complexo aquático. Isso mesmo, um complexo aquático!!! Tinha 2 lugares, um mais de boa, pra crianças, com uma piscina, um brinquedão com forma de navio, e alguns tobogãs menores, e o outro com uma piscina enorme e (se prepara) 2 tobogãs gigantes, daqueles que vocês desce montado numa boia, um tipo uma xícara (ou descarga, ou como quiser chamar, que nem aquele do wet 'n wild) e outro que era um half pipe monstruoso. Claramente a gente chegou lá e já foi nisso ae. Animal. Muito da hora. Valeu muito a pena ter ido. O half pipe foi o melhor, eu acho, da um puta frio na barriga quando tá caindo.
Aqua Park
Ae depois chegou todo mundo e a gente ficou de boa na piscina, tomando um solzinho e pans. Ah, esqueci de falar que também tinha tipo famílias de franceses que tinham ido pro camping passar o fim de semana por lá, a fim de relaxar, após uma semana trabalhando, e se fuderam porque a gente chegou.
Quando a gente chegou a cogitar ficar por lá a tarde inteira, morgando, eis que surge a genialidade francesa. Imagina: um monte de universitários juntos não poderia passar uma tarde sossegada de buenas numa piscina.
Um minuto de reflexão: o que você acha que aconteceu em seguida?
a) briga de galo até que um se afogasse.
b) começaram a jogar todo mundo na piscina.
c) alguém que não sabia nadar se afogou.
d) alguém fez xixi e cocô na água.
e) jogaram peixes na piscina.










Sim, se você pensou que a resposta certa seria a alternativa e, você acertou. huauhauhahuhuaa Sim, eles começaram a jogar peixes na piscina. Simplesmente peixes. Lugar de peixe não é na água? Então. Bom, por peixe você entende que é tipo um peixe normal né? Primeiro que quando eu vi eu não acreditei que era isso mesmo. Achei que era de borracha, sei lá. Quando eu vi que era de verdade e os filhos da puta tavam tacando de um lado pro outro, eu já fui saindo de perto né. Dae, eis que derrepende começam a jogar uma raia, UMA RAIA!!!! De onde diabos eles tiraram essa merda?!?!?!? Uma raia planando sobre a água. Dae chegou os seguranças e salva vidas, putaços e começaram a tentar tirar os peixes da água: "Pas de Poisson, pas de poisson!". Nisso outros franceses, aqueles que trouxeram a família, também foram xingar, com toda razão. Sem contar o cheiro de peixe que tava ficando por lá né... E quando você achava que nada mais poderia acontecer, eis que surge um CARANGUEJO!!!! E num era um tipo comum que você acha no mangue... era tipo um king krab, gigantesco. Joga pra lá, joga pra cá. E eu já completamente fora da piscina, preparado pra dar o vazare né... Eis que o caranguejo aterrisa a tipo uns 2 metros de mim e espatifa no chão. Pata prum lado, carne pro outro, uma beleza. huahuauhahua Essa foi a gota d'água pra expulsarem a gente por completo de lá.
Pas de poisson
Uma reflexão do Luis: "Se tiver um peixe perto da água e um monte de universitários bêbados em volta, é claro que o peixe vai acabar caindo na água, a questão é: como que o peixe foi parar ali??" o peixe não, o CARANGUEJO!!!
Depois de estragarem nossa tarde, voltamos pro chalé e dormimos um pouco (à noite tinha baladinha ainda). Acordamos e fomos jantar. Esperando que viesse mais um tipo de lanche, subimos e chegamos na hora que o diretor da École Centrale Lyon estava discursando. Isso mesmo, o diretor da escola tava lá, no meio da viagem dos alunos, e falando, bem informal e tal. E não é só isso. Ele lá falando e os alunos gritando, xingando, tirando a roupa.... tudo num mesmo lugar. Dae ainda foi o padrinho da turma e uma galera lá discursar. Depois disso, o rango. Fala ae um nome de algum prato europeu que você conheça. Juro que você não vai adivinhar. Imagina cozinhar pra uns 12 ônibus de pessoas, o que você faria? Com certeza não seria uma Paella. Sim sim, uma Paella. Várias panelas gigantes recheadas disso. Um prato bem servido pra cada um, e pra acompanhar um copo de vinho e uma torta de maçã. Perfeito. Sentamos todos numa tenda enorme que montaram pra gente e começamos a comer. Claramente isso não poderia passar em branco né. É claro que um idiota deveria jogar um prato pro alto, a fim de começar uma guerra de comida. E não deu outra, voou uns 2 pratos até que chegaram os seguranças e acabou a palhaçada.
Depois disso voltamos pra casa, nos trocamos e fomos pra baladinha. A balada seria num lugar meio longe do acampamento, dae teria que ir de ônibus. Entramos no ônibus e partimos. Na frente do acampamento tem uma rotatória. E num é que o motorista do ônibus fez desse um liquidificador?! Juro, ele deu umas 15 voltas no mínimo, antes que a gente saísse rumo à balada. Coisa normal assim uhauhauhahuauha
Chegando na balada, até que tava de boa. Tinha até uma mina contratada pra fazer umas danças exóticas, semi-nua. Mas francês não gosta disso, curte mesmo é ver os outros negos pelados. O esquema era: no dia que a gente comprou o WEI, a gente tinha também que comprar os tickets pra usar pra comprar as coisas na balada. Ou seja, tínhamos que saber com 1 semana e meia de antecedência o que a gente iria consumir no sábado a noite. E não tinha nem a tabela de preços. A gente comprou e tal, mas com certeza ia sobrar um monte. A gente comprou bastante coisa e tal, mas sei la. Chegou uma hora que eu ganhei tanto ticket, que tava com mais do que eu tinha comprado. Nisso chegou a hora d'eu agir. Cheguei no bar e perguntei pro sujeito, que tava mais maluco que o Batman, quanto custava uma garrafa de Coca. Ele me respondeu 5 euros, e então eu falei "Quero 4" huahuahuhaua Ele enrolou lá, falou que não, que um copo custava 2 euros e pans, dae me ofereceu meia garrafa por 5. Eu falei que não, que ele não tinha falado isso. Dae ele chegou e falou que tinha só mais uma garrafa e colocou em cima do balcão. Entreguei 7 euros pra ele, peguei a garrafa e vazei dali. O resto a Alexandra usou pra pegar mais umas caixas de suco pra nós. Acho que de especial da balada foi só isso.

No domingo a gente acordou as 11h, arrumou as coisas meio às pressas e foi comer. Tinha que arrumar tudo porque era pra entregar a chave do quarto. Chegando lá, só tinha sobrado umas baguettes e manteiga. Além disso a gente devorou umas pringles e afins que tinha levado, e tomou a coca e os sucos da noite anterior. Ficamos um tempo lá, jogamos um truquinho e depois fomos até os ônibus. Nessa hora ae a gente teve que deixar todas as malas no chão lá, porque a gente ia pra canoagem, mas não ia ser com o nosso ônibus. Por isso não tenho fotos de lá. No ônibus os franceses ficaram cantando umas músicas que ainda não consigo entender o que quer dizer. Mas eu e o Zé ficamos cantando umas músicas brasileiras tipo Chitãozinho e Xororó uhauhauhaha Ahh, esqueci de contar que o motora foi fazer graça, dando volta na rotatória, e errou a direção. Dae teve que fazer a volta num estacionamento minúsculo, quase fudendo com tudo. uhahuauhuah

Chegando lá na canoagem, eu e o Guegs pegamos os coletes, remos e escolhemos o barco mais pesado de todos. Sério, só podia ser isso. As minas lá carregando o barco de boa e nós lá se matando pra levar um. Entramos na água, tentando não molhar o tênis, e começamos a jornada. Deu quase uns 8 km de rio. Maaaaluuucoo que animal! Juro, animal. Tinha que tá lá pra ver. Infelizmente não tirei fotos, mas era muito bonito o lugar. Pela foto acima dá pra ver um pouco o esquema que foi. Tipo cheio de uns paredões enormes de pedras, mata pra todo lado. Lindo. Agora imagina um milhão de estudantes, dois a dois, remando ali. Vira e mexe tinhas umas batidas de barco huahuahuauha. Novamente acabamos com a tranquilidade dos banhistas. Fomos remando. No começo foi meio foda, mas com o tempo fomos pegando o jeito. De vez em quando uns franceses malucos passavam jogando água, ou então os brasileiros mesmo faziam guerra de água. Ficamos encalhados algumas vezes numas pedras... O Luis tirou o tenis dele e deixou na parte de trás do barco. Algum idiota pegou o tenis dele. No final só tinha 1 pé huauauahhua Chegou uma hora que a gente passou por um arco gigantesco de pedra. Tipo gigante mesmo. Ali tinha uns idiotas subindo nele e pulando na água. Coisa certa pra ficar paraplégico. Mais pra frente a gente parou o barco numa prainha e ficamos lá um pouco, curtindo. No final, paramos no stop 9 e deixamos nossos barcos lá. Ae tivemos que esperar nosso ônibus chegar. Frase do Zé: "Os últimos serão os brasileiros". Enquanto isso, conversa vai, conversa vem, um francês começa a pegar uma mina na nossa frente. Até ae beleza né. Depois de um tempo chega um outro cara e dá um beijo na boca desse francês. Vai entender...
Chegou o ônibus com nosso lanche (o mesmo do sábado no almoço). Comemos na rua mesmo (o motorista não queria sujar o busãozinho dele) e partimos. Essa eu não deveria contar, mas voilà. No meio da viagem me deu uma puta dor de barriga. Juro, pior do que todas as outras. Dae mandei que tava passando mal e eles falaram que ia parar. Uns 2 anos depois avisaram que ia parar. Ajeitei pra sair, e fui. Sabe quando dá aquela aliviada, porque tá chegando ao fim o sofrimento? Então. Dae mandaram um "pegadinha do malandro" e falaram que era a uns 2 km dali. Quase morri. Chegando lá, desci correndo e fiz o serviço. Pra completar a Lei de Murphy, não tinha papel. A sorte foi eu gritar pro Luis ir pegar. Chegamos umas 23 horas e fui direto pro quarto, lavei minhas roupas do rio e meu tenis molhado, e fui dormir.
Animal a viagem. Valeu completamente a pena ter ido. Eu estaria me remoendo completamente por não ter ido.

Algumas observações:

  • Acabei de descobrir o nome do lugar: Camping Le Pommier, perto de Villeneuve-de-Berg.
  • O nome do rio era Ardèche.
  • Os caras mandaram muito no WEI desse ano.
  • A gente tá animando pra fazer o CARnaval 2, vamos ver se rola.
  • Quase não usei minha câmera. Depois pego com a galera e ponho no face as fotos.
  • O peixe foi o momento mais inusitado da França. PQP

C'est le WEEEI!!!!!!

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