quarta-feira, 5 de março de 2014

Anne Marie Brague

Esse post em especial vai para a Sara, o Pedro, a Virgínia, a Marina e a Lilian, gordinhos anônimos.
E também pra minha família, batians, tias, pai e mãe, que sempre me ajudam nas receitas.

Acho que dá pra eu falar que a coisa que eu mais apendi nesse intercâmbio foi cozinhar. Engenharia que se foda hahahaha Integrar eu já sabia quando saí do Brasil. Agora fazer um arroz...

Primeiro ano começou com grandiosas 'bouffes' (palavra francesa para refeição, ceia, mas é mais legal falar bouffe) de macarrão de molho vermelho com atum. hahahahaha Era o que tínhamos (ou o que sabia fazer hehe)

Com o passar do tempo enjoou-se do macarrão, que mesmo assim não saiu do cardápio e foi-se aventurar em outros cantos.

Principal cobaia e participante das primeiras experiências foi a Sara. Não lembro como começou, mas acho que foi mais pra sair do macarrão e comer algumas coisas que estavam fazendo falta.

Depois quando assumimos o Club Brésil e ficou a nosso encargo organizar as bouffes, ai que começamos a expandir nossos conhecimentos culinários e ousar um pouco. O ruim ai é que tem que fazer pra umas 20 pessoas, ou mais, e algo que não saia muito caro também. Mas ai com jeitinho tudo sai.

E por último, e maior causa da gordice, foi a chegada da Marina e da Lilian, 3A aqui da Ecole, que não fazem nada durante o dia inteiro e portanto ficam pensando no que vão comer, e sempre me chamam. Cada janta tem alguma coisa diferente, e, na maioria das vezes, gorda.

Acho que o melhor jeito de falar de comida é de mostrar as fotos de como ficou. Claro que não tenho fotos de tudo, mas sempre que fica bom tem que tirar foto mesmo.

Pra começar, antes de mais nada, aqui em Lyon devo falar do RU. Não sou eu que prepara, mas é nossa principal fonte de comida. Por 3,10 euros no primeiro ano e por 3,15 euros no segundo (sim, olha a inflação ai), a gente come um prato principal e mais 2 acompanhamentos, entrada ou sobremesa. De manhã sempre tem um opção de peixe ou porco, com legumes variados, uma com carne e fritas e uma de pizza ou massa. Ai de entrada tem um buffet de salada ou de vez em quando queijos. E de sobremesa tem iogurte ou mousses. E ainda podemos pagar um pouco mais pra ter a sobremesa do chef. Às vezes é tão gostoso que não tem como não pegar hahaha

Restaurant universiaire

De vez em quando vamos aos bouchons lyonnais. São restaurantes típicos de Lyon. Um menu sai por mais ou menos 15 euros. O que eu sempre peço como entrada é a salade lyonnaise, que é um prato bem servido com alface, tomates, bacon, croutons e ovo. Ai de prato principal tem várias opções. O mais típico é a andouillette, que é tipo uma linguiça feito de tripas. Tem gente que não gosta, mas eu acho bom. E sobremesas variadas.

Bouchon lyonnais

Agora pra começar a parte em que eu trabalho, tinha que ser com um belo macarrão. A primeira amostra eu já falei dela em algum post anterior. Fizemos em Paris (olha que chique). Na casa da Yuka e da Shirley, elas compraram o macarrão e foi eu e o Guegs cozinhar. Ficou bonito e gostoso.

Macarrão de salsicha

O segundo exemplar é um prato que é especialidade da casa. Macarrão com molho pronto. Ao invés de comprar molho e tomate, carne e bla bla bla, eu já compro um pote de molho de macarrão pronto, que vem com tudo o que é de bom. Ideal se você quer cozinhar em uns 10 min. (As velas são porque acabou a luz do andar porque o disjuntor caiu).

Macarrão com molho pronto

Antes de falar de gordice, já mostro um prato de salada, que obviamente não fui eu quem montei, muito menos lembro de quando que é, mas estava no meu acervo e achei justo mostrar.

Saladenha

Outro prato típico é no estrogonofe. Simples e fácil de fazer. Acho que é meu prato preferido de todos. Muito bom. Sempre presente

Estrogonofe

Próximo prato e acho que foi o que abriu a porteira pros próximos foi o sushi. Começamos com um teste na casa da Virgínia e depois fizemos pra galera na bouffe de natal de 2012. O incrível é como que sai barato. Se comparar com os restaurantes é sacanagem. E aqui ainda é um japonês que faz. Hahhaha



Essa próxima obra é um dos dias que eu e a Sara comemos camarão. O que fica é a capacidade da Sara pra limpar o camarão. Ela sempre começa a limpar e resolve parar no meio do caminho. Ai fica metade sem a casca e a outra metade com hahahhaha A arte do prato é dela, é claro. 



O prato seguinte é o tradicional arroz com feijão, bife e ovo do brasileiro. Detalhe pro feijão, que é um dos achados aqui na França. É um tipo de feijão que vem enlatado e que custa 60 centavos. Sim, tudo pra ser uma merda, mas é o mais próximo de feijão que eu posso conseguir hahaha Melhor que alguns do Brasil.


Outra especialidade japonesa que eu e a Sara fizemos foi o karê. Quando fomos comprar as coisas pra fazer o sushi, achamos o molho pra fazer karê e compramos. Na verdade não tem muito segredo, já que o molho vem pronto. A gente só adicionou a carne mesmo hahahah

Karê de carne
Karê de frango

Esse próximo foi no dia que resolvemos fazer frango à passarinho. Detalhe no purê, em pó, que adiciona leite e água e tá pronto hehe


Essa próxima gordice é patrocinada pela Marina, assim como a montagem da foto. Batata frita com bacon e creme de leite. Hambúrguer com cream cheese e champignon. E cerveja. Champignon aliás que é especialidade da Marina. Quer por em tudo hahahaha


Agora começa a parte da maiores inovações que tivemos nos últimos tempos. Marina gordinha resolveu fazer coxinhas e fomos seguindo ela. Juntou uma galera pra cozinhar e desfiar o frango, fazer a massa e depois enrolar e fritar. Além disso fizemos também bolinho de queijo. Só alegria. 

Coxinha

Próxima atração tem uma ajuda extra do Pedro e da Patty. Na verdade a galera do segundo ano já tinha se organizado pra fazer pastel um pouco antes. O Pedro já tinha testado e pilhou todo mundo pra fazer. O mais complicado é de abrir a massa. Puta bagulho chato hehe. Depois disso a Patty também fez. Dae estávamos sem muita ideia pra fazer uma das bouffes e resolvemos fazer pastel. Mas foi principalmente porque uma galera ajudou. Senão não ia rolar fazer. Uma coisa engraçada é que ao que me parece nos outros estados do Brasil eles não colocam vinagrete no pastel. Muito desperdício de vida hahahha


Pastel

Última bouffe de 2013 a gente foi fazer panqueca, porque falaram que era fácil. Mas ninguém nunca tinha feito direito. Pegamos uma receita na internet e fomos tentar. Mas, por sorte, a Liana apareceu pra ajudar e fez o rolê todo. Não tenho foto da panqueca pronta. Só do pessoal ajudando a preparar. 

Panqueca

Aqui uma obra prima. E acho que um dos pratos que eu, a Marina e a Lilian mais fazemos. Porque é bem simples: hambúrguer no pão quadrado. Nesse da foto dei uma incrementada com cheddar, ovo e champignon. 


Essa aqui também não é minha, é claro, mas foi marcante. Fritas infinitas de Amsterdam e Bruxelas. Um desses e é alegria pro resto do dia hahahha


Tentativa de delícia: picanha invertida recheada. Na verdade mesmo, não era nada disso hahaha. Primeiro, não era picanha. Esse tipo de carne não existe aqui. Ai você me pergunta: mas o boi não tem as mesmas carnes? Ai eu respondo: aqui eles cortam a carne de um jeito diferente e ainda tiram toda a gordura. Então mesmo se pegarmos a mesma parte, não vai ser a mesma coisa. Escolhemos uma carne com cara bonita e fomos lá fazer. Outra coisa, como a carne não tem gordura, não ia adiantar em nada invertê-la, já que o objetivo é deixar a gordura no meio. Nossa picanha invertida não era picanha e nem foi invertida. Ai o recheio era bacon com provolone. Não achamos provolone na primeira vez e fizemos com um outro queijo francês lá mesmo. O que restou mesmo da receita foi o bacon hahahahaha No final fizemos duas vezes, uma de teste e outra no aniversário do Ronaldo, da Natalia e do Simão. 

Picanha invertida

Outra obra patrocinada pelo Pedro: rocambole de carne. Abre e tempera carne moída (pegamos carne de hambúrguer, porque é mais barato) e recheia com presunto e queijo. Fechamos com papel alumínio e mandamos no forno por mais de 1 hora. 

Rocambole de carne

E por último, e o mais importante, foi nossa feijoada. Na saída da nossa gestão do Club Brésil, resolvemos fazer o prato mais tradicional do Brasil. Começamos a cozinhas às 15:30 da sexta feira. Não achamos calabresa, então pegamos uma outra linguiça lá, bacon e uma carne de porco X. O feijão e a farofa foram comprados numa loja de produtos brasileiros em Lyon. Só às 19 horas que fomos comer. Mas valeu a pena. Só não tinha couve, mas isso ninguém liga. Deu 4 panelas de feijão. Comemos na sexta e ainda sobrou pra todo mundo comer no sábado no almoço. 


Feijoada

E pois é. Pra você que leu tudo isso e ainda tá se perguntando onde que tá a culinária francesa, eu devo admitir que não tem muita coisa. Primeiro que não tem nada assim muito da hora pra ser feito. A gente come mais quando vai em um restaurante e coisa assim. Talvez quando eu voltar pro Brasil, fique com saudade das comidas do RU e resolva fazer em casa. Mas isso é no futuro.