sexta-feira, 25 de abril de 2014

Encontros e Despedidas

Essas últimas semanas foram marcadas de despedidas.

Na verdade todos os encontros a gente marcou como despedida. Com certeza vamos nos encontrar ainda pelo mundo, mas vai ser difícil juntar todo mundo de novo. Tamo ai pra isso né.

Valeu a pena cada minuto dessa viagem (menos os perdidos em amphi xP). As pessoas que conheci, as coisas que aprendi, os países que visitei, as comidas que comi...

Claro que ficar longe de tudo aquilo que eu conhecia foi difícil. Mas a gente aprende a se virar. Aprende a cozinhar, lavar roupa, arrumar a casa, fazer compras... Aprende que o mundinho fechado que a gente vive é apenas uma pequena parte de um mundo maior, cheio de diversidades e pessoas muito diferentes que você, mas que depois de um minuto já é seu amigo de faz tempo. 

Volto pra casa hoje de bagagem cheia. Não só aquela física, cheia das minhas tralhas juntadas ao longo desses últimos dois anos, mas também uma bagagem de conhecimento, muito maior e mais pesada, com tudo aquilo que aprendi e vivenciei e meus amigos que fiz em cada canto desse mundo. 

Fica aqui meu convite pra sempre que quiser tomar um café lá em casa. =)

PS: depois escrevo outros posts contando melhor como foram esses tais dias. Tem muita coisa ainda pra contar. Queria mais é deixar registrado meu último post no velho continente. 














terça-feira, 15 de abril de 2014

S7

O S7, ou primeiro semestre do segundo ano, foi mais tranquilo do que os semestres anteriores.

Basicamente temos 2 matérias de mecânica, uma de 'génie mécanique' e outra de mecânica dos sólidos deformáveis, mais uma matéria de ciências humanas, e duas matérias que a gente escolhe dentro de uma lista.

A de 'génie mécanique' é dividida em 3 partes, concepção e fabricação, mecânica geral e resistência dos materiais. Sim, no Brasil seria no mínimo 3 matérias (na verdade é bem mais), foi tudo resumido em um bloco só.
Primeira parte, concepção e fabricação, é basicamente os PMR 1 e 2 do segundo ano da Grande Área Mecânica. Nisso entra toda a parte de concepção de um mecanismo, parte de tipos de encaixe, formas de montagem, depois vê todos os tipos de fabricação de uma peça e como garantir a qualidade das tolerâncias.
Segunda parte, mecânica geral é mais ou menos MecA e MecB da Poli. Entretanto, porém, todavia, do jeito francês. Então todas as fórmulas que eu vi na Poli não faziam mais sentido e tavam todas mais carregadas da notação que eles utilizam. No final teve uma parte de equações de Lagrange e também de "princípio de potências virtuais". Na Poli e acho que na maioria do mundo moderno utiliza-se o princípio dos trabalhos virtuais, mas aqui eles dividem pelo tempo e ao invés de trabalhar com espaços, eles trabalham com velocidades. No final dá quase na mesma, mas pra enxergar o que acontece é impossível.
Terceira parte, resistência dos materiais, também já tinha tido duas matérias na Poli sobre isso (pessoal da Civil tem mais do que isso), e era bem parecido do que eu vi no Brasil. O único porém, que eu não entendo realmente o motivo, é que eles usam uma notação diferente pros vetores de força e momento, que depende de um referencial fixo. Eles chamam de regra do lado direito, em que você tira o lado esquerdo da barra e calcula os esforços na parte direita. Só que o sinal é escolhido com base no referencial que a gente usa normalmente num papel e a força de tração fica negativa. Sinceramente, não vejo o porquê de ser assim (sei que pra cálculo com concreto usa compressão positiva, pra não trabalhar com sinais negativos, mas no nosso caso é bizarro).

A de mecânica dos sólidos deformáveis vê uma parte de deformações de estruturas e outra de vibrações. Bem puxado na parte matemática, com vários tensores e torsores, matrizes malucas. Na verdade também não dá pra ver a coisa acontecendo na prática.

A matéria de Ciências Humanas era dividida em 3 partes, ciências humanas (psicologia, filosofia e sociologia), organização do trabalho e ética.

Dai das matérias que eram pra escolher tinha um monte. Só que era uma confusão. Tinham 2 blocos pra cada parte do semestre. Dae se escolhesse 1 uma matéria de um bloco, só podia escolher a outra do bloco equivalente da outra parte do semestre.
Pra primeira parte eu escolhi uma matéria de resolução de problemas, que ensina alguns algoritmos pra resolver problemas.
Pra outra parte a matéria que eu escolhi era de formas de danos em materiais. Mas foi mesmo porque as outras matérias desse bloco ou não eram legais ou eram muito difíceis. Dae como tinha um pessoal que tinha escolhido essa, eu fui com eles hahaha

Mas a diferença principal é que nesse semestre não tem tanta coisa pra fazer fora da aula. Tipo, não tem que preparar coisas antes da aula e os relatórios dos laboratórios dão pra fazer durante a aula mesmo. Dae não leva tanta coisa pra casa e dá pra aproveitar melhor o tempo de vida. Mas também não é tão mais fácil do que os outros, como dizem.

domingo, 6 de abril de 2014

Institut Paul Bocuse

Nesse clima de despedida, decidimos fazer uma coisa que só se faz uma vez na vida, pois não se sabe quando vai poder fazer de novo.

Depois de 2 anos morando em Lyon, capital gastronômica francesa, decidimos ir comer no Restaurant Saisons, do Institut Paul Bocuse. Pros que não conhecem, que nem eu, o Paul Bocuse é um chef famoso, que tem vários restaurantes no mundo inteiro e alguns com 3 estrelas no Guia Michelin (não sei o que isso, mas parece importante).


Só que nosso lapso de riqueza não foi tão fenomenal assim. O melhor restaurante dele, o que é 3 estrelas lá, em Lyon, é muito caro. Muito caro mesmo. Tipo uns 200 euros por um menu (é o que me disseram). Então, tendo em vista a nossa pobreza, fomos no Institut Paul Bocuse, que é uma escola de gastronomia criada pelo Paul Bocuse e que fica aqui do lado da Centrale.

A Marina reservou 5 lugares numa quinta à noite (precisa reservar com antecedência) e fomos eu, a Marina, a Lilian, a Patty e o Guegs.

Pra começar que é aqui do lado e a gente nunca tinha ido lá. Depois que a gente meio que se perdeu no caminho. O lugar fica num castelo. Galera lá tudo fina e a gente entrando a pé. hahaaha
Entramos, os funcionários tudo chiques (falaram que a tia tava sem sapato, mas eu não vi). Pegaram nossos casacos e nos levaram pruma sala com nossa mesa. Pra começar que era uma puta sala. Cabia uns 3 quartos meus lá dentro e o pé direito era muito alto. Papel de parede, sofá, vela na mesa, lareira... E só pra gente.


Sentamos e esperamos. Todos assustados hahaha A garçonete chegou e perguntou se a gente ia querer beber alguma coisa como aperitivo. Falou um monte de nome lá. Mas a gente com medo não pediu nada. Beleza.

Depois de um tempo ela aparece com os cardápios. Tipo, tava eu e o Guegs mais perto da porta, virado de costas e as meninas completando a mesa redonda. Dae ela conversou com a gente entre eu e o Guegs e quando foi distribuir os cardápios, ela deu a volta e começou pela Patty, que tava à minha esquerda, sempre servindo pelo lado esquerdo. Estranho. Beleza. Depois eu reparei que o das minas era verde e o nosso era marrom, mas nem liguei. Comecei a ver o que tinha pra comer e vejo as meninas discutindo. "Tem que perguntar pra ela". "Assim não pode". E eu de boa. Tinha um menu de 34 euros, com prato de entrada, prato principal e sobremesa, e outro com 3 opções de prato, de 42 euros 2 pratos e 54 os 3, além de um aperitivo, queijos e sobremesa. Eis que o Guegs olha pro cardápio delas e vê que o delas não tem o preço. Por isso que ela deu a volta pra começar pelas meninas. A gente ficou inconformado com isso. Não ter preço no cardápio pra mulheres.

Como prato eu escolhi foie gras, que é feito do fígado de pato, e um outro prato de filé de Angus.

De aperitivo teve um esquema que eu não sei o nome e nem sei o que é. Veio num potinho minúsculo (tipo aqueles que põe brigadeiro chique e a tia falou o nome, mas não entendi. Ela falou também que tinha salmão e umas outras coisas, mas na verdade o salmão era um pequeno pedaço em cima.


Depois a gente foi pedir um vinho. Tinha que ter um vinho né. Dae a garçonete trouxe o cardápio de vinho e perguntou quem que ia escolher. A gente apontou o Guegs e foi ele. Dae ela deu o cardápio do lado marrom. Não sei se seria diferente se fosse pra uma das minas, mas que o outro lado era verde, era. A Lilian até olhou, mas não achou uma diferença entre eles. Pedimos uma garrafa pra todo mundo. Quando ela veio, toda a cerimônia. A tia mostra o vinho pra gente, dando algumas informações, abre o vinho na nossa frente, e depois deu pro Guegs experimentar e aprovar. Juro que se fosse comigo eu ia rachar o bico hahaha.

Dae chegou nosso prato de entrada. Outra cerimônia. Vieram dois garçons pra servir os pratos. E eles colocaram o prato na mesa, de forma sincronizada, sempre pelo lado esquerdo. Dae a tia explicou de novo o que era. Engraçado também era que os garçons mesmo tavam achando a situação engraçada e rindo.


Não vem lá muita coisa, mas aquilo era muito bom. Tinha o foie gras, e também um pão com recheios e um esquema de maçã feito de um jeito muito bom. Comer devagar, pra aproveitar cada mastigada hahahaha
Depois de terminar, eles tiram todos os pratos e talheres e repõem. Juro, a gente gastou muita louça lá.


Pro prato principal a mesma cerimônia pra colocar os pratos na mesa. Dois a dois, sempre sincronizado. Só que dessa vez o prato veio coberto com aquelas tampas chiques e eles tiraram todas ao mesmo tempo. Muito engraçado. Juro, aquela carne tava muito boa. Melhor carne que já comi na França. E tirando os nossos churrascos do Club Brésil, acho que foi a única hahahha


Depois disso veio a parte do queijo. A tia apareceu com um carrinho cheio de queijos, de vaca e de cabra. Ela falou todos os nomes lá, mas depois do segundo já era foda lembrar hahahaha Pedimos apontando hahahha Não sei se dava pra pedir mais, mas cada um pediu 3. Tava muito bom, mas como a gente não lembra o nome, não dá nem pra tentar pedir de novo hahahaha


E pra terminar, a sobremesa. Juro, dos deuses. A minha era tipo um bolinho, meio que a mesma massa de um sonho, com um creme especial e chantilly em cima. E sorvete de manga (eu acho). Tava muito bom aquilo. Muito melhor do que os sorvetes italianos.

No geral parece que não vem muita coisa, mas a gente saiu bem satisfeito de lá. E a comida tava muito boa. Acho que apesar do preço, vale muito a pena ir lá (raramente). Pela qualidade e tudo, não sai tão caro. Agora, não sei o que tem no restaurante oficial, mas acho difícil ser tão melhor pra valer 200 euros.


Então fica a dica pra quem quer fazer um rolê riqueza sem pagar "tão" caro.