domingo, 26 de agosto de 2012

Vichy- Cavilam- Final

1 mês longe de casa e do Brasil.
Bom, vou fazer algumas considerações finais sobre a minha estadia aqui em Vichy.

  • Vale muito a pena vir pra cá antes de começar mesmo a estudar. Não exatamente Vichy, mas digo ir para o país de destino. Aprendi e melhorei infinitamente meu francês por aqui. É aquela história de quando a água bate na bunda. Estando aqui, você é obrigado a falar a língua, se acostuma a escutá-la, pega alguns traquejos e ganha confiança para falar.
  • Até agora minha comunicação foi em francês, salvo quando a outra pessoa ainda não falava direito, então eu falava em inglês. Não que esteja de boa, mas dá pra me virar tranquilo.
  • O Cavilam é uma escola boa, mas ele não vai ter ensinar muitas coisas. Maioria das vezes você sente que ele é muito parado, que dava pra correr mais com as matérias.
Sala de Aula
  • Recomendo fortemente vir pra cá com um nível razoável de francês. O básico de uma língua é o mesmo em qualquer lugar, com a diferença que você no Brasil tem um professor que sabe sua língua e pode te ajudar mais facilmente. Ainda mais se vier só pra estudar o francês. Juro, tem umas pessoas que chegam aqui em saber porra nenhuma, ficam umas 2 semanas se comunicando em inglês, e voltam pra casa do mesmo jeito que vieram.
  • Pensar em vir pra cá e fugir dos brasileiros é impossível. Para qualquer cidade e escola que você pensar em ir, vai ter um monte de brasileiros, e quanto mais barato, mais barasileiros. Pra mim ainda é tipo uma válvula de escape... falar um pouco de português para não sobrecarregar o sistema.
  • Ficar em casa de família é essencial. Não sei quanto custa ficar em um studio, mas não vale a pena. Aqui você pode realmente viver a cultura francesa, com todas suas viadagens quanto às refeições, além de conviver com um falante nativo, que pode te auxiliar no aprendizado e treinar o speaking e o listening.
  • Dei uma sorte absurda com a escolha da família. Não que as outras famílias do pessoal são ruins, mas é que a minha é espetacular. Sabe, a Nathalie faz as coisas por gosto, não pelo dinheiro. Recebe todo o pessoal de braços abertos. Totalmente contra a imagem do francês não acolhedor e fechadão. Fez minha festa, deu presentes...
  • A cidade de Vichy em si é muito paradona. Não é igual às pequenas cidades do Brasil, mas não tem muitas coisas pra fazer. Os melhores rolês são aqueles que a galera marca. Mesmo assim a cidade tem um monte de monumentos e construções muito bonitas. Já foi até capital da França durante o tempo que ela foi invadida pela Alemanha durante a 2a Guerra.
  • Latinos são os melhores para fazer festa.
  • Ser brasileiro e descendente de japonês é engraçado. Não tem uma pessoa que não desconfia, olha torto, quando eu falo que sou brasileiro. A minha vantagem é que eu sou negão, dae os orientais me estranham: "aquele cara lá não vem do meu país", e não vem falar comigo na língua deles. Um dia ainda vou tentar chegar falando nada com nada, pra ver a reação huahuahuauha
  • É verdade que os orientais estudam pra caralho. Nunca tem lugar pra estudar na biblioteca do Cavilam. E só tem oriental por lá.
  • Conheci gente do mundo inteiro nesse mês. México, Itália, Espanha, Inglaterra, China, Coreia, Japão, Alemanha, Sérvia, Rússia, Ucrânia, Venezuela, Chile, EUA, Austrália, Suécia, Suíça, Azerbaijão... Muito legal a interação que tem por aqui.
Ateliê
  • Jogar bola com gente do mundo inteiro é animal. Pensar e jogar bola ao mesmo tempo às vezes não rola. Geralmente sai tudo em português mesmo, instintivo. "Ladrão!" "Vira a bola!" "Gol!"
  • Orientais vão dominar o mundo. Não deveria contar nosso segredo, mas voilà: tamo mandando gente pra todas as partes do mundo, aprendendo a cultura e a língua. O Brasil foi um dos primeiros... Ai quando o chefão apertar o botão, atacaremos.
  • Foi minha primeira experiência de ter um quarto só pra mim. Sem ter o meu irmão roncando do lado. huauhauhhua (viu Dani?! Só fui ter um quarto só pra mim com 20 anos...)
  • Só pra não perder o costume: franceses dirigem muito mal. Talvez seja por isso que dirigem devagar. Tem medo do que eles mesmo podem fazer. Baliza aqui é um show a parte. Tão nem ai mesmo.
  • Sim, é verdade a história do queijo e vinho. Têm um papel importante na refeição dos caras.
  • Saudades assim mesmo, acho que mais da carne de boi. No sábado comi aqui, mas sei lá, não é igual. Também sinto falta do meu carrinho, poder ir pra onde eu quiser, quando eu quiser e não gastar energia pra fazer isso hahauhahua De resto é como se eu tivesse de férias, viajando, ainda.

Dia 27/8, segunda-feira, parto finalmente à Lyon. Primeira semana é de recepção dos alunos estrangeiros. Ainda não sei quando começam as aulas de verdade, mas não to muito preocupado com isso não hahahaha

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vichy- Cavilam 3

Valeu ae galera! Passou dos 1.200 views!

  • Na terça teve outra soirée brasilienne. Achei que foi mais legal essa. Galera pirou quando tocou "Milla" huahuahuahu E depois ainda teve "Anna Julia" e "Mulher de Fases" pra completar. 
  • Na quarta, 15 de agosto, é feriado de Assunção de Maria aqui na França. Mas nem por isso a gente ficou sem aula. Pois é. Só sem o restaurante do Cavilam. De noite rola um show de fogos à beira do Allier (rio que passa por Vichy), mais ou menos às 23 horas, porque tem que esperar escurecer. Mas foi o único dia da semana que choveu. Juro, minha mère falou que ia chover, dae peguei o guarda-chuva, mas se não fosse por isso, eu apostava minha vida que não ia chover. De manhã tava um céu claro e totalmente sem nuvens.À tarde tava com vento de chuva, mas sem nenhuma nuvem no céu. E mais pro fim da tarde fechou o tempo e choveu. Com isso miou o rolê de ir até o rio pra assistir os fogos e a gente viu aqui de casa mesmo. Uns 15 min de fogos. Animal.
  • Na quinte teve degustação internacional. Os mexicanos usaram minha casa como quartel-general para fazer os quitutes deles. Fizeram um esquema chamado "Flautas", que é tipo uma panqueca com frango dentro e alface, tomate e um molho por fora. Muito bom. E quase todos os países fizeram alguma coisa pra levar lá. Uns brasileiros fizeram brigadeiro também. Encontrei um mexicano que cantou "Garota de Ipanema" em espanhol E em português. Depois mando o vídeo.
  • Em seguida eu fiquei pra ver o filme no cinema do Cavilam. O da quinta passada tinha sido da hora, então fui ver o outro né. Que viagem aquele filme. Tipicamente francês huahauha sobre um músico, pianista, cantor, fumante e pegador.
  • Depois disso ainda a gente passou no karaokê. Da hora o esquema lá. Galera foi a loucura com "I will survive" e "Hey, Jude"
Brasileiros na Gare de Vichy
  • Final de semana aqui tá fazendo um mega calor. Máximas de 40oC. E nenhum lugar nesse país tem um ventilador ou ar condicionado! C'est la canicule. Não tem tradução no português o que tá acontecendo aqui!
Le Pal
  • No domingo a gente foi no Le Pal (várias piadinhas sobre isso). Juntamos 2 forfait demi-journée (cupom meia-diária), e fomos, eu, Gui Guegs e o Postal. Da hora o parque. Tem 3 montanhas-russas bem legais. Acho que nenhuma chega a ser tão radical assim, mas tem uma que tem umas quedas da hora e o carrinho vai dando voltas o tempo todo. Fomos 2 vezes. Meu, que calor aquele esquema lá! Também fomos no splash de lá. Eu e o Postal fizemos uma guerra de água. Os dois sairam encharcados. O brinquedo em si não molha tanto. Mas foi bom pra se refrescar. Além disso, o parque tem um monte de animais. Leão, tigre, lobo, urso, penguim, entre outros. A gente também foi no show das focas lá. Aprendi que leão-marinho em francês é "otarie". hahahaha Qual a chance?!
Otariland
  • Na segunda, a Gabi, mexicana que mora comigo, fez um repas mexicano. A entrada foi um doritos com um molho de abacate e outro apimentado. Teve uma bebida feita com cerveja, suco de limão, tabasco, sal e outros... bom, mas é forte. Além disso comi o melhor arroz aqui na França. Não é que nem o do Brasil, mas é infinitamente melhor que o francês.
  • O abacate e o maracujá daqui são pretos por fora! Não sei que magia que eles fazem para deixar as frutas feias. Não senti muita diferença no gosto.
  • Na terça, 21/8, a gente foi num concerto de Jazz, eu, Luis Felipe, Nathalie e a Gabi. Chegando lá começou a cair o mundo. Dae a gente se escondeu num lugar fechado e esperou passar... Quando parou a gente chegou mais perto do lugar onde ia ser o show. Chegando lá, chuva de novo. Quando a gente desistiu de esperar, chegou o pessoal que tinha ido com o Cavilam, e parou de chover e abriu o céu de novo. Nunhuma nuvem. Foi bom, dae a gente pode ver o show. Foi da hora o show. Só música francesa das antigas.
Curtindo um som de Jazz
  • Na quarta eu vi a primeira baliza em que o motorista entrou direto na vaga, sem bater na calçada ou nos carros em volta. Provavelmente não era francês.
Dia 27/8, vou para Lyon. Aí que o bicho pega hahahaha Mas ainda tem uma semaninha de recepção. Vamo que vamo.

domingo, 12 de agosto de 2012

Vichy- Cavilam 2

  • Ainda não me acostumei com o teclado AZERTY.
  • Na sexta a gente teve uma discussão sobre o frio aqui. Quando falei que no Brasil 15°C é frio, riram de mim. As russas, ucranianas, professora francesa e a sérvia acharam estranho. Pra elas, quando ta assim eles usam roupa normal. Falei que nunca vi neve, riram de novo. Tinha até uma menina que não tinha noção que agora é o inverno no Brasil. Acharam estranho passar o Natal no calor, o papai noel de traje de banho, não ter uma árvore de natal de verdade, e coisas como tal.
  • De noite tem a "soirée international". É tipo uma baladinha de festa de 15 anos. Ganha uma bebida na entrada. Pros menores de idade, o esquema pra eles não poderem pegar bebidas alcoólicas é uma daquelas pulseirinhas que neon de baladinha. Funciona bem pra caramba! huauhauhhua O mais inusitado foi que quando dá o horário do fim, os caras começam a chutar todo mundo pra fora.
  • No sábado a gente foi até a piscina. É tipo um complexo aquático. A equipe americana fez uma pré-temporada lá antes das olimpíadas. Tem aquelas piscinas de verdade, com profundidade infinita. Impossível nadar huauhauhah
  • No domingo veio 2 amigas da mère almoçar em casa. Bebemos vinho branco, vinho tinto, e champanhe (sim, o de Champagne, o original). Isso só no almoço.
  • Na terça tivemos nosso convencional futebol. Além de mostrar todo o meu talento, tenho algo diferente a contar: estava eu na frente da minha área de defesa e fui bicar a bola. Num é que eu acertei a cesta que fica na lateral da quadra adversária? Dá mais ou menos uns 30 metros. Pra quem duvidar, é só perguntar pra quem tava lá.
  • Na quarta vimos o jogo de basquete Brasil x Argentina e depois fomos à soirée mexicaine. Mesmo esquema da festa brasileira semana passada. Mas nessa tinha a tradicional tequila mexicana. Não ouvi a música mexicana que tava tocando: a "pista" tava tipo a uns 40oC no mínimo. Só de chegar perto já sentia-se o bafo. Além disso eles fizeram a tradicional "piñata", que é uma bola feita de jornal, com sei lá o que dentro. Dae pegam um idiota com uma vara, põem uma venda nele, e ele tem que destruir o esquema. É engraçado. Voltando pra casa com uma polonesa que mora aqui perto: "Você fala português?!" "Sim, porque?" "Caralho!" uhauhahuahu Brasileiro só sabe fazer isso.
  • Os franceses estão mais preparados pra uma friaca do que pra um calorzão. Só tem caleifação nos lugares. Nenhum ar-condicionado.
  • Sobre os carros, não sei se ficou claro. Eles parecem não gostar de carro aqui. Tipo, só é importante como meio de transporte, não uma paixão. Grande maioria aqui é de carros velhos, e quase todos tem alguma batida. Baliza aqui é ridícula. Método Braille (francês huauhahua). Vai no tato mesmo. Não tão nem ai. Minha mère bate sempre a porta do carro na parede da garagem. Quase não tem posto de gasolina por aqui. Não sei onde eles abastecem. Na rua de casa, quando volto a pé, é tipo uma rua principal, uma reta só. Entretanto tem 2 ruas transversais, minúsculas, que tem preferência em relação a ela. Então todo mundo tem que parar no "PARE", pra ver que não tem ninguém (nunca tem), e então seguir viagem. As ruas são pequenas, pelo menos aqui em Vichy.
Passeio ao Vulcão
  • No sábado a gente fez uma visita a um vulcão que tem aqui perto. Ao que parece aqui era uma região com bastante vulcões. Custava 50 euros, mas a gente ganhou uns forfait (cupons), então não precisou pagar. Sinceramente, quando se imagina um vulcão, você pensa em uma montanha, sei la, com tipo uma cratera no topo. O que a gente viu era mais uma área de mineração, e um monte de filminho. No almoço que tava incluso tinha pão, vinho, lentilhas, carne de porco e uma sobremesa de blueberry deliciosa. Depois ainda a gente fez uma visita a uma mina e a uma fábrica de água. Na fábrica tinha degustação de água. A água de lá é boa. Mas tinha umas águas com gosto, tipo limão, laranja e morango. Um coco. Não é nem água nem suco. E também eu tava cansado, porque fui dormir tarde depois da baladinha que teve, e acordei cedíssimo. Mas de tudo foi engraçado. Conheci também uma alemã e um chileno que não sabiam falar  francês direito, então a gente tinha que falar em inglês, mas no atual ponto é impossível fazer isso. Começa a falar em inglês e no meio muda pro francês... No final a gente tava tudo falando em português mesmo huahuahuauha
  • E no domingo, domingo dia dos pais (Feliz dia dos Pais, pai), é meu aniversário. 20 anos, vinte anos, vingt ans, twenty years, e por ae vai... Pois é... Bom é que meu aniversário vai durar 29 horas (começou à meia noite daqui e só vai terminar à meia noite dai). À meia noite Nathalie e Gabi me chamaram pra cantar parabéns com um bolo e uma vela. Teve festinha aqui em casa hoje. Nathalie preparou um super repas pra todo mundo e veio uma galera aqui. Animal. Louquíssimo. Brigadão por tudo ae pessoal! Foi uma festa especial. Garanto que nenhum de vocês teve um aniversário com gente de várias nacionalidades: brasileiros, franceses, mexicanos, polonesas, espanhola... Fizemos caipirinha aqui, de Absolut. Teve que ser, já que a cachaça brasileira e a Smirnoff tinham o mesmo preço. Depois ainda teve um monte de entradas, e ainda um barbecue. Esqueci de falar que também era aniversário do Maurício. Nasceu no mesmo dia que eu. Então teve dois bolos, um pra cada um. Cantamos parabéns em francês, espanhol e português, com direito a um "é pica, é pica, é rola, é rola é rola..." sem que ninguém entendesse uhahuahuauha
  • Uma coisa que não pode faltar: um dos mexicanos veio me zuar do jogo de futebol das Olimpíadas. Dae a gente virou e perguntou quantas Copas do Mundo eles tinham... Depois a gente perguntou que time que ele torcia no México e ele respondeu "Cruz Azul". Aí acabou uhahuahuahua Eu e o Luis ficamos zuando ele por isso. "Ici est Corinthians".
Aniversário de 20 anos

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vichy- Cavilam 1

Não sei bem como vou fazer isso... Acho que vou manter em forma de tópico e vou contando as coisas assim. Não dá pra manter uma ordem certa. Dai envio mais ou menos o que aconteceu na semana.


  • Chegamos em Vichy no horário (umas 16h). Na lojinha da estação tava tocando "Ai se eu te pego", outra praga mundial.
  • Vichy é uma cidade do interior da França. Achei que num ia ter nada pra fazer, uns "capial", feno rolando, mas a cidade realmente bomba aqui. Por causa do Cavilam.
  • Vocês certemente conhecem Vichy. Tem uma fabrica de cosméticos aqui. Parece que a água daqui é medicinal. O que importa mesmo é que é melhor do que a de Paris.
  • O Cavilam é uma escola de língua francesa, que está entre uma das melhores daqui. A BRAFITEC pagou nosso curso. Vem gente do mundo inteiro pra cá. É tipo uma Torre de Babel, só que com cotas pra asiáticos e pra brasileiros. Eu devo tá aqui por causa disso... roubei 2 vezes na fila.
  • Na estação uma mina do Cavilam ligou pra minha mère (mãe em francês), que chegou em uns 10 min.
  • Resolvemos ficar em casa de familía. Primeiro porque todo mundo fica, deve ter um motivo. Depois porque vai ser a única oportunidade de conhecer a fundo a cultura francesa e seus hábitos. Na minha família só tem uma mulher, Nathalie. 
  • Francês tem a superstição de não deixar o pão virado pra baixo... dizem que dá azar.
  • Por enquanto tá valendo muito a pena ficar em casa de família. A mère aqui fala muito, muito mesmo. É bom, porque você vai pegando o jeito e acostumando o ouvido. Mas depois fica chato, tipo quando ela fala pela vigésima vez a mesma coisa huauhahua. To conseguindo tomar meus 2 banhinhos por dia e tudo. Ela vai lavar minhas roupas e tal.
  • O banheiro aqui em casa é dividido em 2: um que tem a privada e pia, e o outro, que tem chuveiro e pia. Isso pode ser muito ruim.
  • Aqui em casa também tem uma mexicana junto. No dia que eu cheguei tinha uma chinesa e o marido dela. Diz que essa mina ae ficou aqui em casa uns 8 anos atrás, e agora mora em Paris, parece que trabalha no HSBC e tudo. A mina até que não, mas o marido dela fala um francês totalmente difícil de entender. Esse cara ae me perguntou sobre o Tropa de Elite.
  • A Nathalie nos levou para uma feira de usados, que ela ajudou a organizar. Tipo, os franceses pegam todas as tralhas velhas que tem em casa e levam lá. Parece que não conseguem vender muita coisa não hauahhuahua O chinês tava maluco atrás de um CD não sei do que. Juro que não consegui achar nada pra comprar.
  • Depois, quando acabou, a gente ficou pra beber um vinho e comer um pão recheado com presunto. Até ae beleza né. Dae a gente foi "convidado" a ser voluntários e ajudar a recolher o lixo. O esquema era pegar os sacos de lixos das cestas (até ae ça va), mas também o lixo que os franceses deixaram no chão, o que incluia uns papeis e até uma fralda descartável.
  • Na segunda de manhã tem uma recepção no Cavilam, e eles fazem um teste de nível, pra ver qual sala você fica e tal. Não sei bem como que funciona esse esquema, mas ele não é muito bom. Fiquei num nível acima do da galera, o que obviamente não é o certo. Também ali que você escolhe o seu "atelie", tipo uma oficina, onde treina o que você acha que precisa. Eu escolhi o de comunicação oral pra essa semana.
  • To me virando bem com o francês. É bem verdade que a maioria aqui não é francês, mas to entendendo quase tudo da aula, assim como o que a mère fala em casa. Dá pra se virar na hora de comunicar, falta vocabulário, mas com umas mimicas e ajuda dos brasileiros, dá tranquilo. Acho que nunca falei tanto uma palavra quanto "oui", "merci" e "d'accord".
  • Cara, tem bastante mina gata aqui. Não sei se é consequência da Poli, mas tem. Vira e mexe você vê umas impressionantes. Tem umas loirinhas de olho claro... Suécia, Suíça, Russia... E também tem aquelas que são mais exóticas.
  • Na terça teve nosso primeiro futebas. Tinha uns brasileiros, uns chineses, mexicano, venezuelano, suíço, italiano, e um francês do Cavilam. A bola era um cocô. Pingava mais do que devia. E a quadra era tipo um asfalto, cheio de pedrinha. Cair ali era deixar sua pele no chão. Tava muito quente e o tempo por aqui é meio seco. Somando à minha falta de forma física, morri em uns 10 min. Mas ainda dei 2 chapeus nos caras... um no mexicano que torcia pra La U, e o outro num oriental (acho que era coreano) suicída lá. Dividi uma bola com ele e torci meu pé, mas ganhei a dividida huahuauha. Foda foi depois pra comprar um "gelol". Não sei como que fala isso em português. Mas com jeito conseguimos fazer.
  • Impressionante ter um dia de 16 horas de sol. Perde-se totalmente a noção e tudo. O dia dura infinito. O pessoal aqui parece gostar muito do sol. To com medo de como vai ser o inverno. De noite e de manhãzinha faz um friozinho... perfeito pra conseguir dormir. E de dia faz um puta de um calor, e eles não tem um ventilador ou ar condicionado na sala. Fica muito quente.
  • O tempo aqui é muito seco. E dizem que não é o mais seco de todos.
  • Na noite de terça eu fui no teatro. A mère do Luis F. deve ter ficado preocupada porque ele ficou trancado no quarto estudando na segunda, que mandou ele sair na terça. Só que ele escolheu o teatro, e levou o idiota aqui junto. Mas não foi tão ruim. O teatro lá era de graça, a gente só pagou o ônibus. Era a céu aberto e entrava quem quisesse. Bem à la française. Antes de começar o cara falou que iam servir uns comes e bebes. Era tipo um pão de forma com patê e pra beber era um drinque lá com vodca, muito bom. O teatro em si a gente não entendeu quase nada (o buraco é mais embaixo), principalmente porque umas partes eram cantadas, ai ferrava de vez. Mas a ideia geral deu pra pegar, pescando algumas palavras e vendo a encenação. 
  • Em francês não existe algumas palavras que tem em português. A principal é "barato". Simplesmente não existe. Pra falar que alguma coisa é barata, eles utilizam o "pas cher" (não caro), ou "moins cher" (menos caro), ou "bon marché" (bom negócio), o que indica que nada aqui é muito barato a ponto de criarem uma palavra pra isso.
  • Não consigo mais falar em inglês. Precisa fazer um grande esforço pra isso, mas mesmo assim sai em francês huahuhahahu Entender o que falam de boa. Acho que se alguém fizer uma frase misturando português, inglês e francês, eu vou entender como uma coisa só.
  • Na quarta teve a "soirée brésilienne". Foi uma festa organizada pelos brasileiros. So tocou música brasileira. Engraçado ver os gringos dançando as musicas que eles não tem a minima ideia do que significa.
  • Os franceses pelo jeito não gostam muito de carro, sei la. Achei que ia ter muito carro da hora aqui, mas tem bastante carro tipo comum e muito velho tambem. Um Pegeot 208 ou um C3 custa 5 mil euros por aqui. Os mais da hora por aqui são os Audi. Eles respeitam muito os sinais e placas.
  • Fiz umas compras, com um monte de bolacha doce e tal e saiu tipo 11 euros. Barato pra caramba.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

À Paris

Bonjour, primeiro post na França!!
Antes de que eu me esqueça, Paris é animal! Cidade extremamente linda, elegante e enorme!!!

Bom, nosso vôo até Paris foi tranquilo. Até ganhei do Maurício no xadrez do avião! huauhahua Chegamos no horário no aeroporto Charles de Gaulle e demorou um pouco até pegarmos todas as malas. Cada um tava com 2 malas gigantes, de 30 kg, menos o Mauricio, que tinha uma, e a Sara, que tinha 3. Depois, começou a jornada mais difícil por enquanto: o trem. Compramos os bilhetes (9,25 euros pra ir pra Paris-centro), e entramos no RER (trem que vai da periferia pra Paris). Até ai beleza, trem bonitinho, saimos da primeira estação... Dae o trem começou a encher... depois ficou lotado! E a gente com aquelas malas né... O que foi engraçado é que só eu fiquei do lado direito do trem, e todas as saídas até então tinham sido feitas pelo lado esquerdo. Ai o Mauricio me vira "Você tá fudido pra sair". Só mandei um "Calma". Acabou que a saida era do lado que eu tava, e eles sofreram pra sair.
Politécnicos no Aeroporto Charles de Gaulle
Nota: O metro de Paris é enorme. Tem um milhão de linhas lá. Da pra fazer vários trajetos. É complicado pra decidir qual. Mas os vagões são bem piores e menores que os de São Paulo.
Cara, carregar 2 malas pesadas, que não andam direito, e ter que subir e descer escadas não é legal. Evite. Caso um dia você vá a Paris com bastante malas, não dê uma de estudante mão de vaca e chame um táxi. Garanto que vai valer cada centavo gasto. A gente tava cansado, suado e com várias malas. Depois de várias baldeações, chegamos ao hotel. Ficava meio que na periferia de Paris, mas era de boa. Só o quarto que era minúsculo. Pegamos o quarto triplo, mas não cabia direito os 3 e todas as malas. Tinha uma beliche mais uma cama separada, com um banheiro minúsculo.
Chegamos, tomamos banho e saímos. Era quase 8 horas isso. Comemos um delicioso McDonalds (coisa mais barata por aqui) e fomos de metrô até o Trocadeiro. O Trocadeiro eu não sei direito o que é, mas são 2 construções enormes. Tem umas estátuas e tal, é bem bonito. É o melhor lugar pra conseguir tirar uma foto da Torre Eiffel. Decidimos fazer um super tour em Paris, sem entrar em nada, mais pra conhecer, tirar foto e falar que foi. Depois certamente voltaremos lá.
Na frente do Trocadeiro tem uma fonte enorme também (tudo lá é grandioso, os caras sabem o que é construir). E depois tem a Torre Eiffel. Tava uma fila enorme pra subir (só um elevador tava funcionando), então não subimos. Às 10 horas da noite a Torre inteira fica piscando por uns 5 minutos. É animal! Vale a pena estar lá pra ver. Tenho isso filmado. Depois eu mostro.
La Tour Eiffel
Aí escureceu. Escurece por volta das 22h no verão por aqui. É ruim porque não dá pra ter noção nenhuma do horário. Ficamos um tempo por lá, sentamos uns 10 min no Campo de Marte, e continuamos até a École Militar, que fica adiante. Na frente tem um monumento com escritos de "Paz" em algumas línguas. Depois a gente passou na frente do Hotel dos Inválidos e do Musée de L'Armée. Em seguida a gente andou sobre uma ponte do Sena e chegou até a Champs Elysées. De lá andamos até a Place de La Concorde, onde tem um obelisco roubado do Egito. Era o lugar onde os caras eram executados pela guilhotina. Do lado também tem 2 fontes e um monte de prédio grande, que eu não sei o que é. Aí a gente teve que dar a volta no Jardin         des Tuileries, porque ele tava fechado, e chegamos no Museu do Louvre. Cara, se tem uma coisa que os franceses sabem fazer é construções. Eles fazem uns troços animais, tanto de tamanho quanto de detalhes. É um prédio gigante no meio de Paris. E na frente tem a famosa pirâmide. Tiramos uma fotos, com as luzes acesas (mamãe não ficou até escurecer xP), tomamos um chopp num parque de diversão que tem no Jardin      e voltamos para o Hotel. Total do dia: 6km. Tava cansadão, mas fiquei mais de uma hora sem conseguir dormir. Acho que foi por causa do fuso.
Museu do Louvre, à noite.
No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café no hotel, e fomos passear. A história de comprar o ticket pra um dia inteiro que sai mais barato não é bem verdade. A gente comprou 2 pacotes de 10 tickets e saiu mais barato que o do dia inteiro. Fomos até La Défense, o centro comercial de Paris. Lá tem o "La Grande Arche". Quando fala que ele é grande, voce imagina algo grande. Garanto que ele é muito maior do que você acabou de imaginar. Vale a pena ir lá. É um passeio que a maioria dos turistas não faz, mas que vale a pena. Tem também um monte de lojas lá perto, em uns prédios gigantes (todos mais modernos).
Depois fomos de metrô até o Arco do Triunfo. Nele tem um monte de nome escrito e um monte de homenagem para os soldados franceses mortos em guerra. Não subimos porque a fila tava grande.
La Grande Arche
L'Arc du Triomphe Etoile
Dai descemos a Champs Elysées. Como era sábado, ela tava lotada de turistas. Tem muitas lojas de marcas famosas, tanto de roupa, perfume, quanto de carros, joias, etc. Os restaurantes, como vimos, não é tão caro quanto eu pensava, acho que vale a pena ir, mas a gente não foi. Descemos até a Place de la Concordie, de novo, mas agora tava claro. Entramos no Jardin des Tuileries, onde a gente comeu batata chips que compramos por 1 euro cada pacote no supermercado, até que o Mauricio fez o favor de derrubar no chão e a gente ser atacados por pombas. Sim, isso é uma praga mundial, ta em todo lugar. A gente continuou até o Arc de Triomphe du Carroussel. Em Paris tem 3 arcos: La Grande Arche, L'Arc du Triomphe Etoile e o do Carroussel, todos em fileira. Depois a gente chegou no Louvre. A gente descobriu que poderia entrar de graça lá, porque a gente tem o visto de estudante francês. Entramos e vimos só as principais obras, como a Monalisa e a Vênus de Milo. Cara, acho que não dá pra conhecer tudo lá dentro. Demoraria pelo menos 1 mês, indo todo dia e ficando o dia inteiro. Uma dica é alugar tipo um Nintendo DS, que te passa todas as informações sobre as obras do museu em audio. Mas parece que não tem em português.
Musée du Louvre
Depois a gente continuou até chegar à Catedral de Notre Dame. Chegamos no horário da missa, então tava lotada a praça, com uma fila enorme. Não entramos. As gárgulas de lá são iguaizinhas mesmo às do filme. Depois fomos até o Jardim de Luxemburgo. O lugar lá é lindo. Várias flores, umas fontes, e muitas árvores. Ficamos por lá descansando por um bom tempo e depois voltamos pro hotel. Total: 8,5 km.
De noite fomos almoçar em um restaurante italiano ("Buongiorno!!! Mangiare Mangiare!!" huauhaa). Comemos um spaghetti delicioso e tomamos o primeiro vinho francês.
No dia seguinte resolvemos dormir até um pouco mais tarde e não sair de novo. Tomamos café e chamamos uma van (é, aprendemos a lição do metro). Saiu 12 euros pra cada um e não passamos o sufoco do metrô.
Chegamos na estação e compramos nossas passagens. Fizemos também a Carte 12-25, que é pros estudantes entre 12 e 25 anos, custa 50 euros, e serve pra pagar menos nas passagens. Dizem que ele mesmo se compensa depois. Dura 1 ano. Outra dica: tem algumas passagens onde é necessário fazer tipo de um "check in", onde a gente deve registrar que a gente esteve lá. Não sei porque, mas se não tiver pode dar merda, portanto preste atenção.
O trem pra Vichy foi bem sossegado, tirando o fato que a gente tava com várias malas e demorou pra alocar todas. É muito bom o trem daqui, bem calmo e tem até o cara que passa vendendo sanduiche no carrinho.
Conto na próxima sobre o Cavilam, Vichy, minha familia d'accueil e o frances.
Vou colocar o resto das fotos no Facebook.
Até!


Algumas curiosidades:
1: No avião a gente assistiu Harry Potter em francês. De tudo, o mais escroto é varinha em francês: baguette! Puta coisa aviadada!
2: Paris é uma cidade totalmente diversificada. Tem gente do mundo inteiro vivendo e viajando pra lá!!!
3: Até agora não percebi se os franceses são realmente fedidos. Por enquanto tá tudo certo.
4: A água de Paris é muito diferente, acho que meio carregada demais, não sei. Parece que não mata a sede. Normalmente bebe-se da torneira, mas mesmo as de garrafa são assim. Compramos no mercado um pack com 6, cada uma por 0,25, mas era muito ruim! Acho aque é questão de se acostumar.
5: No mercado a gente foi usar umas máquinas onde a gente pode pagar tudo sozinho, se tivermos poucos produtos. Demorou um tempo até que o cara viesse e nos ensinasse que precisa passar o código de barras e depois por o produto numa balança, onde ele certifica que pegamos mesmo aquele produto.
6: A comunicação lá foi feita basicamente em francês, onde a gente revezava pra ver quem ia perguntar, menos o Luis F., que tava com medo huahuaauh Acho que fomos bem recebidos por isso, por tentar parler en français.
7: Fomos bem tratados por la. Chega de boa, tentando falmar em frances que ta tranquilo.
8: Tem umas minas muito gatas aqui, pqp. Bom é que dá pra falar de boa que elas não entendem uhahuahua
9: O teclado frances é um coco. Eles usam o AZERTY (procurem na internet). Escrevi metade do texto nele, então me perdoem os erros de digitação.