segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Língua Francesa

Bom, to terminando esse texto que eu comecei a escrever em Vichy e esperei a hora certa pra poder finalizar e enviar. A ideia é também soltar alguns textos sobre as impressões iniciais daqui e depois, no final, escrever de novo sobre o mesmo tema, e comparar as diferentes visões.

Aqui vai o primeiro, sobre a língua.

Cara, não recomendo ninguém fazer o que eu fiz, mas foi bom. Ser aprovado sem saber o francês foi um coco. Tive que correr em 6 meses pra aprender o bastante, pra não chegar aqui e morrer de fome. Mas por outro lado, foi bom, porque eu tinha realmente um motivo pra aprender, uma necessidade, o que me motivou a estudar.
Recapitulando, durante os primeiros 6 meses de 2012 eu estudei francês quase todos os dias: 2 intensivos (janeiro e fevereiro), e 2 extensivos (poliglota e CFI). O poliglota (centro de línguas do grêmio politécnico) é um curso mais redondinho, segue um livro (não gostava muito dele, mas ça va) e tudo. Tem todo o conteúdo já programado, mas ensina o francês  "standard". Então, por exemplo, tinha muitas coisas que eu aprendia e tinha certeza que nunca ia usar. Já o CFI é o curso de francês da FFLCH (Faculdade de letras da USP). E pelo menos o curso que eu fiz (MX, especial para duplo-diplomandos) era mais focado nos temas específicos de engenharia. Os dois são bem baratos, quando comparados com os de escolas conhecidas, mas o CFI é incrivelmente barato.
Uma grande diferença é conseguir já pensar em francês, e não precisar traduzir pro português pra depois entender, tá começando a sair normalmente, o que é muito bom. Por outro lado isso tá ferrando com o meu inglês. Pra ouvir de boa, o foda é falar. Começo em inglês e emendo um francês do nada huauahuahua "Yes" pra mim não existe mais. Agora é só "oui". É engraçado também que você não consegue fazer distinção entre as línguas. Ouve e lê tudo como se fosse a mesma coisa huauauha Tem hora que o professor passa um texto em inglês e você lê de boa, até que chega numa palavra que não entende, ai que percebe a língua.
Resumo tudo isso na teoria do switch. Numa cabeça normal dá pra ficar 'ready' pra duas línguas, que no caso agora é o português e o francês. Pra entrar o inglês tem que fazer uma mudança que não tá no planejado.

Vou listar algumas coisas diferentes no francês, tanto pra melhor, quanto pra pior:
  • Os números. Até o 60 (soixante) beleza. O que fode é depois disso. O 70, por exemplo, é soixante-dix (sessenta-dez). 71 é soixante-onze (sessenta-onze)... Não contente com isso, o 80 é quatre-vingt (quatro-vinte). E pra piorar, 90 é quatre-vingt-diz (quatro-vinte-dez). Tem coco na cabeça. Conversando com uma francesa em intercâmbio na poli, ela disse que é só um nome (seulement un nom). Que nunca tinha pensado nisso huahuhahua Mas pra gente dá um pouco de nó na cabeça hahahaha
  • Conjugação de verbos. Na escrita, é que nem o português, com todas suas conjugações, um pra cada pessoa. Mas quanto à pronunciação, tem uns que não falam a palavra inteira. Por exemplo, no presente, as 1a, 2a, 3a pessoa do singular e a 3a do plural são faladas como se fossem a mesma coisa. Dizem que pelo contexto da pra entender qual delas é. É bom pra falar, mas pode ser um problema na hora de escrever.
  • Continuando nesse sentido, tem umas partes das palavras que eles simplesmente não falam. Não só os verbos. O 'e' quase nunca é falado, assim como alguns finais das palavras. Português pode ser mais difícil, mas a gente fala tudo o que tá escrito.
  • Os acentos também são um problema por aqui. Tem palavra com 3 acentos. Muitas vezes já vi francês mesmo não sabendo como que colocava todos os acentos na palavra. A estratégia aqui é colocar só quando tem certeza hahahaha se não tem certeza é melhor errar por menos do que por mais. Falar que esqueceu e tal hahahaha
  • Gênero e número. Maioria das vezes, quando é feminino, acrescenta um "e" no final, e quando é plural, um "s". Entretanto, grande parte das palavras não tem a pronúncia modificada. Também é pelo contexto que se sabe se é um ou outro.
  • Pra não falar que eu só reclamo, vou falar do "chez". O "chez" é uma preposição que indica lugar, domicílio. Então se eu falar "chez moi", significa minha casa. "Chez le pharmacien" é a farmácia, lugar onde o farmacêutico trabalha. Isso facilita muito a vida. 
  • Aproveitando, o 'Y' é muito bem feito também. Ele é um pronome de lugar. Serve pra substituir um local já citado dentro de uma frase. Simplifica muito as coisas.
  • Moins cher. Não existe a palavra barato aqui. Só o menos caro. Acho que reflete um pouco os preços daqui mesmo hahahaha
  • O "et" (fala sem o 't'), que significa "e" (and). Até ae beleza, é igual ao português. Mas agora tenta falar só 'e', e não 'i'. Impossível hahaha Todos os professores falam isso pros brasileiros e espanhois.
  • Palavras do inglês. O francês tem uma raiva do inglês. Isso é fato. Por isso que eles "mudam" algumas palavras. Por exemplo, "computador", que é computador em qualquer lugar do mundo, aqui é "ordinateur". Gigabyte é gigaoctet. Mais por outro lado eles pegam muita palavra do inglês e usam em francês, falando com o sotaque francês. Dae fica impossível saber o que eles tão falando. Harry Potter é Arri Potér. Outra coisa ruim é saber com certeza se uma palavra existe mesmo ou é porque você tá pegando do inglês e transformando em francês. O Mauricio soltou na aula uma vez uma palavra do português, de forma afrancesada. Não lembro agora, mas tinha ela em português e em inglês, mas não funcionou muito bem no francês hahahaha
  • Acho que é mais fácil para um brasileiro aprender o francês do que o contrário. Não sei como a gente fala e se tem algum problema de pronúncia, mas temos uma grande facilidade para falar outras línguas. Nosso português apresenta muitos fonemas diferentes.
  • Além disso, o português falado e o escrito, o tal do "standard", que um estrangeiro aprende, são bem diferentes. Andei pensando nisso. Só o "tá", "tô", já deve quebrar as pernas.
  • O francês é uma língua realmente bonita. Por exemplo, xingamento. Eles usam normalmente o "Putain"  pra quase tudo. O português acho que tem muito mais palavrões que o francês. O problema é que um cara, por mais raivoso que ele esteja, se ele te xingar em francês, vai ser como se tivesse falando que te ama huahuahuahuahua
E pra terminar, não podia faltar o super episódio do Dexter, sobre a beleza da língua francesa:


Sei que devo ter esquecido outras coisas, mas isso eu vou colocando nos próximos posts. Pra quem já estudou, deve ter percebido grande parte dessas coisas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dias 1 a 18 de outubro

Bom, faz um tempinho que não escrevo aqui. Estive um pouco ocupado com um monte de coisas, que devo falar durante o texto. Não sei se lembro de tudo o que aconteceu, mas vou contar as coisas mais importantes.

Deixa eu aproveitar pra fazer um comentário: eu chamo muita gente de idiota, retardado e similares por aqui, principalmente os franceses hauauhahua. Isso não quer dizer que eles realmente sejam. Algumas vezes são mesmo. Mas é força do hábito chamar desse jeito quem faz as idiotices. Não se sintam chateados. Às vezes também é uma generalização idiota que eu faço.

A semana depois do Oktober foi foda de aguentar. Cansaço + sono infinito. Ficou todo o sono acumulado dos das horas que não dormimos, e também das que mal dormimos.
Na aula de info a gente começou a fazer uns esquemas com interface gráfica em C++. Interessante, mas as coisas de Java são muito mais bonitas e organizadas. Muito mais fácil de mexer. Tamos fazendo um jogo de forca. Parece que vai ficar legal. Nota: tá foda. Além de confundir português/francês/inglês, eu to começando a confundir as linguagens de programação também huahuahuahuahua
Na quinta teve a primeira provinha do ano. Álgebra linear. Galera que fez a prova na quarta falou que tava muito longa, que não deu pra fazer tudo direito. Pra gente a prova foi muito mais de boa, eu achei. Coisa não muito difícil, mas com muita chance de dar merda nos cálculos. Era um esquema de polinômios e produto vetorial. O legal mesmo é que a gente não vai saber tão cedo o resultado dessa prova ae.
Na sexta a gente fez um jantar pra ver como que ficava as contas do Oktober. Acabou que a gente fez tudo, menos ver as contas hahahaha Nota aqui pra comida da Liana. Fantástica. A gente só consegue comer bem quando tá com ela huahuahuahuauha Sempre sai umas coisas diferentes. Mas num lembro o que foi aquele dia. Acho que foi o risotto mix. Já os outros pratos que ela faz, que não tem arroz, são os Parizotto's huahuahahuahuahu (créditos pro Zé).

No sábado eu fui até a casa duns parentes da Nathalie, aqui perto de Lyon. Foi eu e a Gabi. Saímos da Gare Part Dieu e fomos até Amberieu de trem. Uns 30 min. Mas a casa deles não fica bem nessa cidade. É uma do lado que eu não lembro o nome xP. O sobrinho dela estuda desenho em Lyon. Ela tinha acabado de voltar do México, onde foi visitar dois caras que ficaram na casa dela durante o Cavilam. Dae ela voltou com umas tequilas e tal. Tomei um drink que era tequila com um suco de fruta que parecia laranja, e pimenta (pra variar). Tava bom. Dae comemos carne e batata frita também (carne boa, de verdade hauaahuauhh). Muito bom. Depois ela foi mostrar as fotos da viagem: dormiu eu e o sobrinho dela hauhauhauuha Tentei ficar acordado, mas não deu. hahahha
Na volta a gente passou em Pérouges, uma cidade medieval. Animal. Ficar pensando nas pessoas mil anos atrás andando pela cidade lá. Muito bem preservado. Na igreja de lá tinha uma estátua de Saint Georges (esse mesmo!). Comprei uma moeda de lá.
Depois a Nathalie me deixou na casa do pessoal lá em Lyon, que a gente ia fazer a despedida do Tulio. Bem bacana a coloc deles também. No meio de Vieux Lyon. Domingo não lembro o que aconteceu. Devo ter ficado morgando o dia inteiro hahahaha.

Na quarta feira, 10/10, teve nossa primeira reunião de verdade do PE (Projet d'études). A gente pegou o Kinect e conseguiu fazer algumas coisas com ele já. Tipo colocar a imagem na tela e usar o sensor de profundidade. Coisa besta assim, mas foi uma felicidade só uhahuahuahuhua.
Na quinta teve o primeiro campeonatinho de hand. Juro, que coco. Maioria dos caras lá não sabia pingar a bola e correr ao mesmo tempo. Foram as equipes 2, 3 e 4 da Centrale, a école de Saint-Etienne e a dona da casa, ENTPE. Primeiro que a gente tava pra sair da école e um mlk perguntou dos uniformes (90 euros de cheque-caução, mas o meu não fui eu quem deu o cheque). O 'técnico' virou, tirou as camisetas e distribuiu pra cada um. Eis que eu abro e vejo que são regatas. Ainda bem que a gente viu antes e conseguiu trocar. Chegando lá, a gente foi se trocar e eu percebi que não ia ter shorts mesmo. Ainda bem que eu brilhei e coloquei um na minha mala no dia anterior.
Rolou um todos contra todos, 10 minutos cada jogo. Ganhamos todos os jogos. Comecei bem, marquei 3 gols, mas dae caguei tudo e errei um tanto de chutes e não fiz mais huahuahuahua. Teve um jogo nosso que foi 1 a 0 huauhauhaau Depois disso ainda rolou uma 'final' contra o segundo colocado, que foi o ENTPE.

Na sexta eu tive que fazer uma apresentação no TD de automatique. Cada aula um grupo vai lá e resolve uma lista de exercícios dada na aula anterior. É meio que uma forma de todo mundo estudar pra saber a matéria antes da aula. Eu já tinha os relatórios dos anos anteriores. Copiei tudo lá. Durante a apresentação a professora fazia umas perguntas e ninguém sabia responder. Dae eu via lá e respondia huahuahuauha Ponto pro Brasil hahhahah

No sábado a gente cansou da école e foi eu e o Luis pra Lyon. Comemos no McDonalds lá e depois entramos em um 'pub' (oh ae Luis hahaha) irlandês, onde tomamos uma Guinness e esperamos a Liana com os amigos dela. Depois fomos pruma festa brasileira que tava rolando em Vieux Lyon. Tava um coco. Lugar apertado e cheio de gente. Até que um dos amigos da Liana falou que tinha um outro pessoal num bar ali perto e a gente foi. Tinha um espanhol chato pra caralho e um polonês que parecia o novo 007 huahauhauhhua

Segunda feira eu e a Virginia fomos apresentar o nosso trabalho na aula de francês. Tragédia. Tinha que escolher um tema polêmico (mamilos), achar uns artigos contra e uns a favor e fazer uma síntese. Escolhemos o tema de pena de morte. A gente preparou mal e apresentou mal huauhahuauha O pior dos trabalhos. Mas tá valendo...
A noite rolou o niver do Nicholas na pizzaria do shopping do Carrefour. Sai do treino e fui correndo pra lá. Deu ainda pra pegar e pedir minha pizza 4 fromages (queijos). Na França, tinha que experimentar né huauhahuahua Não são os mesmos queijos da pizza brasileira.

Quinta feira rolou um micro-teste de Automatique. O começo dessa matéria já tive na Poli, em Sistemas Dinâmicos. Ficou eu e o Luis estudando na quarta até 1 hora da manhã. Provinha em dupla, com consulta e podendo usar o PC, mas nem por isso de boa hahaha. Problema maior foi o tempo. Fizemos tudo, mas é aquele esquema né, não quer dizer que tá tudo certo. No final foi tudo na base da enrolação huahahuahua. Nota: aqui na França as notas vão de 0 a 20. Essa prova ae valia 21. O professor passou em sala um vídeo sobre a viagem dele ao Havai. "L'Automatique c'est fantastique". Não tem nada a ver com a matéria. Dae na prova ele fez uma pergunta sobre o video. Doido. huahuahahua


Tá começando a ficar frio nessa merda. Comprei um aquecedor elétrico que tá mantendo minha vida. O problema é o barulho que ele faz. Mas vale a pena uhahuahuahha Já tirei cachecol e blusas da mala.

domingo, 7 de outubro de 2012

Oktober Fest

Bom, conforme anunciado, fomos para o Oktober Fest.

A gente já tava pensando desde que chegou, mas ficou naquela enrolação de ir ou não, como que seria o esquema e tal. Tinha também que bater as aulas de todo mundo (tem algumas aulas aqui que não pode faltar) e escolher um final de semana pra ir. Tava quase certo que iríamos no fim de semana do dia 6/10. Eis que domingo passado (23/09), o Guegs avisou que o amigo dele vinha pra Lyon nessa semana e que talvez ele não poderia viajar. Luis, gênio, disse: "Então vamos nesse agora". Ai eu: "Agora a porra ficou séria."

Os participantes: eu, Luis Felipe, Gui Guegs, Liana e José Roberto.

O jeito mais barato de ir até lá é de carro. Sem contar que do jeito que foi, trem e avião já tava caro, ou lotado. Fomos ver na Avis, locadora de carros, os preços. Acontece que aqui pra alugar carro precisa ter mais de 21 anos (ano que vem é nois), os menores de 25 tem que pagar uma taxa extra de 30 euros por dia e tem limite de 250km por dia. Tendo isso em vista, o Luis fez uma carta de fidelidade lá, por 85 euros, que dá kilometragem ilimitada, condutor extra, sem a tarifa do menor de 25 anos, e ainda dá um desconto no aluguel. Perfeita. Só nessa viagem ela já se pagou. Vale por 2 anos. Na quarta a gente fez a reserva pela internet, mas o preço que eles tavam passando era muito maior do que a mulher tinha falado. No sistema deles tava cobrando todas as tarifas lá. Na quinta fomos até a Avis (fica na frente da école) pra ver isso dae. A mulher olhou lá, viu que tava errado e fez um gato pra gente. Total da locação: 93 euros, por 3 dias. Divide por 5 dá um bom preço.
Pra dormir lá, a ideia era dormir no carro, ou achar um estacionamento e ficar, ou então dormir na estação de trem. Muita gente faz isso. Pensar em alugar hotel ou hostel era impossível. Mas uns dias antes alguém achou um camping que uma pessoa tinha indicado. Lá falava que não tinha reserva, era 5 euros por pessoa, dae ainda tinha chuveiro e internet à parte. Era esse mesmo.
A gente já tinha comprado sacos de dormir, pra ir pro WEI. 50 euros e aguenta 5oC com conforto e 0oC de limite. Dae a gente arranjou duas barracas, uma com o Panza e outra com o Chico. Dae na quinta a noite a gente foi no Carrefour fazer as compras pra levar pra viagem: água, pão, suco, bolacha, pates, e essas coisas pra conseguir fazer um bom café da manhã pra não gastar tanto na festa. Esquema bem low cost que a gente fez huahuahahua

Sexta feira eu tive de manhã a visita do médico pra carte de séjour, dae eu não fui na aula. De tarde era a vez dos outros. Depois a gente saia direto. Alugamos o carro (um Meriva, da Opel) e fomos buscar a barraca na casa do Panza. Depois disso a gente foi pro médico. Enquanto eles tavam fazendo o esquema lá eu fui buscar um cabo auxiliar pra conseguir ligar música no carro, mas nem achei.
Saindo de lá a gente ainda foi buscar o GPS que a gente tinha encomendado. Acontece que custa 20 euros/dia pra alugar um GPS. E um GPS aqui custa 100 euros. Compensava muito mais comprar um. Na próxima viagem já tá valendo a pena. Coisa de maluco: pegamos o GPS, colocamos "Munique" e seguimos o que ele tava falando. Nota: como o GPS é da Europa, só tem uma mulher que fala português de Portugal. huauhahuahua Ora pois.


Setecentos e poucos quilômetros até lá. Passando pela Suiça e Austria até chegar na Alemanha. Imagina isso: 4 países em um só dia. Animal. Na ida a gente evitou parar na Suiça, porque a moeda lá é diferente. Muitas paisagens animais, uns tuneis enormes, tipo 10km de comprimento e tal. Era quase 11 horas quando o Luis errou o caminho do GPS e a gente se perdeu. Mas nisso a gente achou um Mc Donalds no meio do nada. Era ali mesmo. Descemos e foi uma felicidade quando descobrimos que era a Alemanha: poderíamos gastar os euros hahahaha A felicidade acabou logo em seguida, quando tivemos que pedir o lanche pra mulher hahahahha Impossível. O que eu (não) sei de alemão é zero pro que é na realidade. Ôo língua difícil. No esquema do gesto, inglês e até um pouco de francês a gente conseguiu pedir nosso lanche.
Chegamos no camping por volta das 2 horas da manhã. O tiozão da entrada falou que não rolava mais fazer o check-in. Dando uma volta ali por perto a gente achou um mato (pediram pra mudar isso: Na verdade era um lugar meio escondido, do lado da rodovia...). Já tinha uns carros lá e uns italianos. Falamos com eles e eles falaram que iam ficar por lá mesmo. Nós também. Abrimos a barraca e nos ajeitamos por lá. Dae começou a chegar mais gente e tal. Descobrimos que o saco de dormir funciona. Ainda bem. Chegamos lá tava 6oC, segundo o termômetro do carro.

Foto com os cearenses
Sábado acordamos umas 6h30, arrumamos as coisas e fomos fazer o check-in no camping, que abria 7h30. Arrumamos as coisas, o Luis e a Liana foram tomar banho e tomamos nosso café. Na saída encontramos uns brasileiros do Ceará no ponto de ônibus. Nessa hora a gente se fudeu hahaha (Nota: tem 2 leis principais que foram quebradas nessa hora. A primeira, de minha parte, foi o excesso de simpatia. Fomos seguir os caras do Ceará, e nos fudemos. A outra, de parte do Luis, diz que devemos sempre seguir o fluxo e se tiver 2 fluxos, seguir o maior. O maior ia no outro lado, mas a gente insistiu. Deu no que deu.). Eles falaram que tinha um ônibus que ia direto pro oktober, e o que saia da frente do camping, não. Dae a gente foi pegar aquele. Só que demorou mais, e quando a gente foi entrar, tinha que ter a pulseirinha. Puta falta de sacanagem, meu! Só que então a gente foi correr atrás das pulseirinhas, dae perdeu o próximo ônibus, e foi pegar só o ônibus mais tarde. O estranho é que na Alemanha não tem esquema pra passar ticket. A gente foi sem pagar no esquema. Seguindo sempre o fluxo, chegamos na festa.
Entrada Oktober Fest
A festa fica no centro de Munique, em uma área enorme lá. Tem um corredor central, onde tem as tendas das cervejarias, dae tem ainda um monte de barraca vendendo comidas e souvenirs também. Mas só vende cerveja dentro das tendas. Quando a gente chegou, quase 11 horas, já tavam todas lotadas e cheio de gente tentando entrar. Encontramos o pessoal que veio da Centrale Lille em uma das filas. Demos um monte de voltas tentando achar algum lugar pra ficar, mas tava difícil. Encontramos uma fila lá que tava menor e ficamos lá. Deu quase 2 horas em pé, lá no aperto, olhando pra cara de merda do segurança que parecia com o Tio Chico da família Adams. Naquele tempo não entrou ninguém. Só algumas pessoas que deviam tá com reserva lá. No final desistimos e fomos embora. Ai o Luis falou: "Ahh se a gente não vai conseguir entrar mesmo, pelo menos vamos na montanha russa". Isso mesmo. Ali dentro tinha uma montanha-russa. E não é somente isso, tinha um parque de diversões completo. Todos aqueles brinquedos que giram, caem e esquemas assim na festa da cerveja. Um retardado mental quem fez isso.
Amazonas (Jogo dos Erros)
Cerveja de trigo
Já na frente da montanha-russa, tava olhando pra achar a fila e o preço da brincadeira. O Luis olha pro lado e ve um quiosque brilhando, vendendo cerveja de trigo. Esse mesmo. Entramos lá e pedimos um copo de meio litro. Era o que tínhamos praquele dia. Triste. hahahaha Ficamos a tarde inteira lá. Com direito a italianos malucos tentando fazer "um brinde internacional" com brasileiros e alemães, gauchos, brasileiros que  moram na Irlanda, alemãs, e tudo o mais. Só que no final da tarde começou a chover. Além do frio que já tava. Esqueci de dizer que Guegs e Luis de manhã falaram: "ahh, hoje vou sem blusa, lá pra meio-dia o sol aparece e fica tudo certo". Só que não apareceu. E ficaram lá os dois passando frio hahahaha. Começou com uma chuvinha fraca. O guarda-chuva que eu tinha levado tava aguentando o esquema, até ele quebrar. Depois começou a chover mais forte e decidimos ir embora dali. Pegamos a estação errada (não a que a gente tinha vindo) e começou a jornada. Primeiro pra comprar o ticket hahahaha Ficaram lá um bom tempo até entenderem o que tinha que fazer. Depois pra achar o caminho certo. No final, a gente virou num canto lá e deu de cara com um McDonalds, no meio do metrô!! hahahha Comemos e depois partimos pro camping. Ainda deu tempo de pegar o ônibus pro lado errado e perceber isso umas 3 estações depois hahahhaa. Chegamos umas 9horas no camping, arrumamos as coisas e fomos dormir.

Entrada da tenda da HB
Dia seguinte acordamos cedasso. Luis acordou as 5h30 e 6h acordou o resto. Esse horário o banheiro estava livre. Fui lá tomar meu banhinho de 1 euro. Bem organizado o esquema lá. Tem uma parte pra você deixar suas coisas e outra do chuveiro. Você arruma suas coisas e põe a ficha. Dae tem água quente por uns         6 min e depois fica fria. Tomamos o café e umas 8h fomos pegar o busão. Dessa vez sem erro. Era antes das 9h a gente já tava lá, batendo cartão na tenda da HofBrau (HB, pros mais íntimos). Encontramos os caras da Centrale de novo. Eles falaram que depois de 2 horas eles conseguiram entrar numa tenda lá.
A tenda só abria às 9h, então a gente teve que esperar um pouco ainda antes de entrar. Pouco, mas o suficiente para José Roberto brilhar. Ele virou e começou a falar de uma mina lá, que tava na frente dele: "Caralho mano, essa mina ae é muito branca. Ela parece um fantasma.". Eis que a mina vira pra trás e fala: "Eu sou brasileira" huahuahuahuahha Guegs rachou o bico. Quase chorou lá hahahahahaha
Entramos. Tinha um milhão de mesas pra escolher. Escolhemos uma lá no canto, bem de buenas. Pedimos nosso pequeno copo de 1 litro de cerveja alemã (tristeza né) e tiramos essa foto aqui embaixo.
Cerveja de 1 litro
A partir dai começou a lotar de gente naquele lugar. Eis que começam as idiotices. Começa a subir uns caras na mesa e virar o balde inteiro!!! De uma vez só. A partir de hoje a gente já tá treinando pra subir na mesa ano que vem, pra mostrar quem manda hahahahaha Beleza. Ae começou a subir uma galera, mas teve alguns que não aguentaram beber tudo. Que erro. Galera cagando em cima. Ai, duas mulheres pensaram: "Vamos brilhar, tamo aqui mesmo, bora ae". Uma mina subiu e bebeu tudo. A mina segunda, começou a virar, mas viu que não ia aguentar o copo inteiro. Faltando uns 3 cm de cerveja ainda, ela pensa "Não posso passar vergonha aqui, no meio da tenda". O que ela faz então?! Vira a porra do copo na cabeça dela. Um banho de graça. hahahahahahha
Brazucas
Outra coisa que precisa ser dita: só tem brasileiro naquela merda. Andando por lá só tinha brasileiro. E é um povo fácil de se localizar: sempre tem um com a camiseta canarinha, passeando por lá. Sentados na mesa, passou uns brasileiros lá. Mandei o tradicional "Vai Corinthians" e eles vieram. Os caras tavam morando na Alemanha e tavam sem mesa pra poder pedir cerveja, dae ficaram lá com a gente até o fim da festa. Tinha até uma alemã com eles que tava aprendendo o português. Chamou o Guegs de baitola hauhahuahua Só sei que deu um tempo tinha um milhão de brasileiros em volta. Valeu ae Dilma! hahahaha Tinha um cara do Mato Grosso do Sul que sabia falar Guarani! hahahahha Outra coisa memorável: tinha uma banda que ficou tocando o dia inteiro lá. Não sei direito se era uma só ou se foram várias. Os caras são tudo iguais! (japonês falando alguma coisa... hahahaha) Eles tocaram "Ai se eu te pego" e Gustavo Lima. Oh o Brasil no mundo haahuhaua Outra coisa: eu e o Zé comemos um joelho de porco fenomenal. Muito indicado. Enorme o esquema e vinha com uma bolota de batata junto. Vale a pena.

Vale a pena anotar a musiquinha que eles cantam. "Ein prost! Ein prost! Der gemutlichkeit" (Impossível falar o final, só enrola que tá beleza).
Depois disso a gente saiu de lá da tenda quando tava quase escurecendo. Ai o Luis, gênio, apareceu com a ideia de irmos na montanha-russa. Que erro! hahahaha Foi eu, o Luis e o Guegs lá. O esquema tinha 5 loopings, pra simbolizar os Jogos Olímpicos (5 aros). Maluuuco, que animal! Muito bom! Fomos a viagem inteira cantando o "Bando de loucos" huahuauhahua Depois a gente foi na tenda da Paulaner e tomamos mais um litro de cerveja lá e fomos embora.


Voltamos pro camping (dessa vez não erramos o caminho), comemos e dormimos. A ideia era acordar bem cedo, pra conseguir devolver o carro às 13h e pegar as aulas da tarde. Coloquei o despertador pra 4h15 com direito a desligar quando tocou, mas o Luis acordou e levantou todo mundo. Acordamos, tomamos o café, a Liana foi tomar banho, guardamos todas as coisas no carro, mas esquecemos que o camping só abria às 7h30. O portão tava fechado. Ficou os 5 no carro, porque as barracas já tavam guardadas, esperando dar o horário de sair.
A volta foi tranquila. A ideia era andar o máximo possível pra conseguir chegar na Suiça francesa na hora do almoço. Ai conseguiríamo pedir as coisas em francês e não depender do alemão. Mas nem rolou. Bateu a fome meio-dia e paramos pra comer no McDonalds. Que coisa cara! 13 francos suiços por 1 lanche. Quase 30 reais!
Chegamos em Lyon às 16h, descarregamos o carro e fomos devolver na Avis. Depois ainda fui no treino de hand, totalemente morto.




  • As portas da parte de trás do carro abrem pra frente. Muito bizarro. O Zé vira e mexe ficava tentando abrir a porta pro outro lado hahahahaha É tipo aqueles carros de máfia, em que a porta abre pra frente, pro cara colocar uma arma e já usar a porta como revolver.
  • Eu achei que só ia ter jovens malucos e bebados por lá. Mas tinha um monte de gente mais velha e também um monte de criança. 
  • O esquema é mais festa do que balada. Disseram que na HB depois ficou mais da hora, mas a gente não ficou lá pra ver.
  • Bizarro o esquema da Suíça. Do nada a língua muda. Deve ser muito estranho você não conseguir se comunicar com os caras do seu próprio país. Sem bem que entender baiano e gaúcho tbm é foda hahahaha
  • Não sei o esquema da velocidade infinita nas estradas da Alemanha. A gente ficou vendo lá, mas não tinha nada indicando como que funcionava. A gente foi de boa, sem exageros. Uns 200km/h não mata ninguém né... huahauhahua
  • Só na França tinha pedagio. Na Alemanha e na Suiça, não. O esquema na França é diferente também. Quando você entra na estrada, tira um ticket na maquininha. Dae só quando vai sair que você apresenta o ticket e ele calcula o valor de acordo com o quanto você andou.
  • Buraco na Suíça só no queijo.